Sinopse: |
No sertão de Minas, nas primeiras décadas do século XX, as tropas
federais, representadas por Zé Bebelo, estão em conflito com as forças
provinciais, apoiadas por exércitos de jagunços. O vaqueiro Riobaldo
narra sua vida de jagunço: são histórias de disputas, vinganças, longas
viagens, amores e mortes vistas e vividas pelo ex-jagunço nos vários
anos que este andou por Minas, Goiás e sul da Bahia.
Riobaldo era um dos que percorriam o sertão abrindo o caminho à bala.
Entre seus companheiros, havia um que muito lhe agradava: Reinaldo, ou
Diadorim. Conhecera-o quando menino e mantinha com ele uma relação que
muitas vezes passava de uma simples amizade. O jagunço, que admirava e
cultivava um terno laço com Diadorim, perturbava-se com toda aquela
relação, mas a alimentava com uma pureza que ia contra toda a rudeza do
sertão, beirando inclusive o amor e os ciúmes.
Nas longas tramas e aventuras dos jagunços, Riobaldo conhece um dos seus
heróis: o chefe Joca Ramiro, verdadeiro mito entre aqueles homens, que
logo começa a mostrar certa confiança por ele, e o apelida de Tatarana.
Isso dura pouco tempo, já que Riobaldo logo perde seu líder: Joca Ramiro
acaba sendo traído e assassinado por Hermógenes, um dos seus
companheiros. Riobaldo jura vingança e persegue Hermógenes e seus homens
por toda aquela árida região. Como o medo da morte e com uma
curiosidade sobre a existência ou não do diabo, que toma cada vez mais
conta da alma de Riobaldo, evidencia-se um pacto entre o jagunço e o
príncipe das trevas, apesar de não explícito.
Acontecido ou não o tal pacto, o fato é que Riobaldo começa a mudar à
medida que o combate final contra Hermógenes se aproxima. E a crescente
raiva do jagunço só é contida por uma relação mais estreita com
Diadorim, que já mostra marcas de amor completo. Segue-se, então, o
encontro com Hermógenes e seus homens, e a vingança é enfim saboreada
por Riobaldo. Vingança, aliás, que se tornou amarga: Hermógenes mata,
durante o combate, o grande amigo Diadorim.
Ao final, uma surpreendente revelação: na hora de lavar o corpo de
Diadorim, Riobaldo percebe que o velho amigo de aventuras que sempre lhe
cativou de uma forma especial era, na verdade, uma mulher: Deodorina,
filha de Joca Ramiro, disfarçada em homem.
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